sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Da Sociedade e do Mundo

O Mundo está a mudar.
Assiste-se, no início da segunda década deste século, e continuando o legado deixado pela década anterior, a profundas alterações no panorama Social e Cultural dos povos. A velha Europa rendeu-se por completo a um Capitalismo exacerbado, que destrói, a cada ano que passa, mais e mais a ideia de uma Sociedade que se queria mais Humanista. O velho continente parece não ter aprendido a lição quando se deixou dominar pela hegemonia Cristã, esquecendo-se da opressão em que os povos viveram durante séculos a fio. Agora um novo Império se levanta, arrastando no seu domínio valores como a Liberdade, a Solidariedade, a Caridade e a Democracia – valores pelos quais os nossos antepassados lutaram, valores pelos quais muito sangue foi derramado.

O Mundo está a mudar, mas as pessoas, meras engrenagens nesta imensa máquina capitalista, continuam ausentes de si próprias, desfrutando de uma felicidade materialista; ensoberbecendo-se com falsas vaidades. Não creio que os precursores do Iluminismo, que defendiam que a razão crítica seria a principal responsável pela condução do espírito em direcção às grandes verdades e que fariam do homem um ser autónomo, pensante e actuante, imaginassem que a sua filosofia viesse a ser desvirtuada desta forma. O que é certo é que a mentalidade Iluminista que tirou a Europa das trevas da Idade Média foi também precursora do Liberalismo, que se tornou Neo-Liberalismo Capitalista, que afundou de novo a Europa e o Mundo nas trevas da Idade Contemporânea. Na Europa da Medievalidade, a elite do poder era estreita – a Igreja Católica dominava e oprimia. Na Europa Contemporânea o elitismo proliferou sustentado na ideia Liberal de que o Homem, enquanto ser racional, seria capaz de lutar pela sua felicidade e bem-estar económico, sendo o dinheiro o incentivo superior. A “burguesia” deu, então, um enorme salto, e hoje são os velhos burgueses que dominam, exploram e oprimem, através de colossais corporações empresariais, que vão desde o sector financeiro ao da energia, passando pelo sector da construção e pelos grandes laboratórios. É esta a gente do poder, não os políticos eleitos pelas democracias. Esses já nem se pode dizer que estejam vendidos, pois muitos parecem mesmo ter sido encomendados à medida para ocupar grandes cargos políticos.

Na Medievalidade o povo não tinha acesso à educação e era, na sua esmagadora maioria, ignorante. A ciência dera já grandes passos, encurtados ou extintos pela Igreja Católica. Os filósofos tinham muitas vezes de se exilar ou de outra forma acabavam nas chamas Inquisitórias. Na Contemporaneidade o povo tem acesso à educação (quando comparado com a medievalidade, não com os padrões que se deveriam seguir no que a este assunto diz respeito, já que, no século XXI, ninguém deveria ter de pagar para a ela ter acesso) e tem acesso à informação a uma escala que há dez ou quinze anos nunca ninguém imaginaria poder tornar-se possível. No entanto, existe uma enorme dificuldade em seleccionar a informação que nos vai chegando em massa, gratuita e muitas vezes imposta, o que proporciona um nível de distracção muito elevado. Digo “distracção”, entenda-se, porque é, na sua grande maioria, a (des)informação que é mais apelativa aos sentidos. Tudo isto nos vai desviando do caminho, ou então há muito quem teime em afirmar que é esse o caminho correcto – o da aceitação da Sociedade tal como ela está. Eu pergunto-me: será sinal de boa saúde estar bem ajustado a uma Sociedade profundamente doente?

Hoje temos ferramentas e liberdade suficientes para sermos muito mais do que aquilo em que nos tornamos enquanto espécie. Hoje podemos ser a mudança que queremos ver no Mundo.
Porque o Mundo está a mudar, e nós somos parte fundamental dessa mudança.
(continua)

quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

Welcome to YOUR world



"In a world where 34,000 children die every single day from poverty and preventable diseases, one thing is clear: something is very wrong"